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Trabalho de prevenção avaliará sorologia dos animais no município para evitar casos de febre maculosa. Desde 2007 apenas três casos da doença foram registrados, sem óbitos.
As capivaras já fazem parte do cotidiano lindoiense e despertam a curiosidade até dos turistas que visitam a Capital Termal do Brasil. Elas já se adaptaram ao convívio com os moradores e viraram até mesmo o xodó de muitos habitantes. Porém, a preocupação da Prefeitura de Águas de Lindoia com as capivaras está no Carrapato Estrela, transmissor da Febre Maculosa Brasileira. Com o objetivo de evitar casos da doença no município, a Secretaria de Meio Ambiente iniciou nesta semana um trabalho científico para fazer este controle.
Segundo o Secretário de Meio Ambiente, José Mauro Alvarenga, o controle será realizado visando manter a população de capivaras estável, todas com avaliação sorológica do sangue dos animais para verificar a presença da bactéria Rickettsia rickettsii, responsável pela transmissão da febre maculosa. Caso a análise seja positiva, a sorologia indicará se os animais já estão imunes à bactéria.
“Primeiro, fazemos este levantamento da população de capivaras para, em seguida, fazermos esta sorologia e verificar se há a presença da bactéria nos animais daqui. Estamos trabalhando em conjunto com a Superintendência de Controle de Endemias (Sucen) e com o Departamento de Fauna (DeFau) do Estado de São Paulo, que indicarão as medidas de controle que deveremos adotar”, explicou o secretário.
José Mauro ainda deixa claro que o objetivo não é retirar as capivaras do Lago do Cavalinho Branco e da Praça Adhemar de Barros, mas manter controlada a quantidade de animais na cidade e com boas condições de saúde. “Para que a população de capivaras não cresça desordenadamente, a Sucen pode autorizar o controle populacional realizando laqueaduras em algumas das fêmeas para que o número de animais fique dentro de um número que considerem o ideal”, afirmou. “Dá para conviver com as capivaras tranquilamente em Águas de Lindoia, desde que estejam completamente saudáveis”, completou José Mauro.
Neste momento está sendo realizado o levantamento populacional. A médica veterinária Fernanda Nunes está realizando sessões de observação e identificação dos animais, de seus grupos e seus hábitos. Estas informações serão apresentadas em um relatório destinado ao Sucen e ao DeFau. Ainda no primeiro semestre deve ser realizada a coleta de material e a sorologia de todos os animais presentes.
Febre Maculosa
A febre maculosa brasileira (FMB) é uma doença infecciosa febril aguda de gravidade variável, cuja apresentação clínica pode variar de formas leves e atípicas até formas graves, com taxa de letalidade elevada. A doença é causada pela Rickettsia rickettsii e transmitida por carrapatos. Em sua forma clássica, tem início abrupto, com febre alta, cefaleia e mialgia intensas e que pode evoluir para petéquias, equimoses e hemorragias.
Desde 2007 foram notificados apenas três casos da doença em Águas de Lindoia, sendo o último em 2017. Não foram registrados óbitos pela doença, que tem tratamento à base de antibiótico (com doxiciclina, preferencialmente, ou cloranfenicol) que tem impacto importante na redução da letalidade da doença.
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