As capivaras já fazem parte do cotidiano lindoiense e despertam a curiosidade até dos turistas que visitam a Capital Termal do Brasil. Elas já se adaptaram ao convívio com os moradores e viraram até mesmo o xodó de muitos habitantes. Porém, a preocupação da Prefeitura de Águas de Lindoia com as capivaras está no Carrapato Estrela, transmissor da Febre Maculosa Brasileira. Com o objetivo de evitar casos da doença no município, a Secretaria de Meio Ambiente iniciou nesta semana um trabalho científico para fazer este controle.
Segundo o Secretário de Meio Ambiente, José Mauro Alvarenga, o controle será realizado visando manter a população de capivaras estável, todas com avaliação sorológica do sangue dos animais para verificar a presença da bactéria Rickettsia rickettsii, responsável pela transmissão da febre maculosa. Caso a análise seja positiva, a sorologia indicará se os animais já estão imunes à bactéria.
“Primeiro, fazemos este levantamento da população de capivaras para, em seguida, fazermos esta sorologia e verificar se há a presença da bactéria nos animais daqui. Estamos trabalhando em conjunto com a Superintendência de Controle de Endemias (Sucen) e com o Departamento de Fauna (DeFau) do Estado de São Paulo, que indicarão as medidas de controle que deveremos adotar”, explicou o secretário.
José Mauro ainda deixa claro que o objetivo não é retirar as capivaras do Lago do Cavalinho Branco e da Praça Adhemar de Barros, mas manter controlada a quantidade de animais na cidade e com boas condições de saúde. “Para que a população de capivaras não cresça desordenadamente, a Sucen pode autorizar o controle populacional realizando laqueaduras em algumas das fêmeas para que o número de animais fique dentro de um número que considerem o ideal”, afirmou. “Dá para conviver com as capivaras tranquilamente em Águas de Lindoia, desde que estejam completamente saudáveis”, completou José Mauro.
Neste momento está sendo realizado o levantamento populacional. A médica veterinária Fernanda Nunes está realizando sessões de observação e identificação dos animais, de seus grupos e seus hábitos. Estas informações serão apresentadas em um relatório destinado ao Sucen e ao DeFau. Ainda no primeiro semestre deve ser realizada a coleta de material e a sorologia de todos os animais presentes.
Febre Maculosa
A febre maculosa brasileira (FMB) é uma doença infecciosa febril aguda de gravidade variável, cuja apresentação clínica pode variar de formas leves e atípicas até formas graves, com taxa de letalidade elevada. A doença é causada pela Rickettsia rickettsii e transmitida por carrapatos. Em sua forma clássica, tem início abrupto, com febre alta, cefaleia e mialgia intensas e que pode evoluir para petéquias, equimoses e hemorragias.
Desde 2007 foram notificados apenas três casos da doença em Águas de Lindoia, sendo o último em 2017. Não foram registrados óbitos pela doença, que tem tratamento à base de antibiótico (com doxiciclina, preferencialmente, ou cloranfenicol) que tem impacto importante na redução da letalidade da doença.
Águas de Lindóia