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Pesquisadores estudam formação geológica de Águas de Lindoia
Dois pesquisadores fluminenses estão em Águas de Lindoia para coletar amostras de rochas para um estudo de doutorado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e outro de mestrado pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Os geólogos Marcos Vinícius Fontainha e Pedro Costa Furtado foram recebidos pelo prefeito Gil Helou (PDT), pelo Secretário de Turismo, Lauro Franco, e pelo Diretor do Balneário, Eduardo Pirani, na tarde desta quinta-feira, dia 14.
O trabalho de pesquisa para o doutorado de Fontainha visa analisar a formação geológica do Circuito das Águas Paulista. Eles já coletaram amostras de outros municípios da região e agora devem realizar estudos com amostras coletadas no Morro do Cruzeiro, no Morro Pelado, no Morro do Brejal e nas proximidades do Balneário Municipal.
“Nosso objetivo é fazer o mapa geológico e estrutural para entender a evolução geotectônica da região, além de pesquisas geocronológicas que visam saber a idade de formação das rochas”, conta Fontainha. Segundo ele, existem três tipos de rochas na região, sendo que duas delas levam o pesquisador a uma revelação inesperada. “Existem rochas metassedimentares no Morro do Mosquito e rochas metasedimentares no Morro Pelado, o que indica que aqui pode ter sido um grande lago ou uma grande praia. Queremos analisar as rochas e estimar a idade destas formações”, explica o pesquisador, que estima a formação na casa dos bilhões de anos.
Uma terceira espécie de rocha encontrada são as gnaisses de embasamento, e que segundo Fontainha, esta formação é a mais antiga, com cerca de 3 bilhões de anos. Eles vão extrair a rocha e realizar estudos com as amostras. “Vamos identificar a idade destas rochas por meio de um processo de análise onde moemos a rocha, extraímos os minerais e processamos as informações para que possamos ter a capacidade de dizer qual a idade deste material. Com isso, podemos ver como foi a evolução geológica na região”, explicou.
A região não foi escolhida a esmo. Segundo Fontainha, um dos fatores que levou a definição de Águas de Lindoia e do Circuito das Águas Paulista como tema do estudo foi justamente a escassez de dados sobre a região. Ele conta que um de seus professores realizou o trabalho de mapeamento geológico em várias partes da região sudeste do país, e que sua tese de doutorado busca completar este importante trabalho.
“Vamos tentar integrar este trabalho de mais de 30 anos para a comunidade geológica brasileira. Esta região é importante, mas é pouco estudada. Não entendo por que até hoje um estudo desse nível não foi realizado, tendo em vista que Águas de Lindoia tem uma característica única que são as águas radioativas. Parece que ninguém valorizou isso até hoje”, conta o pesquisador fluminense.
Ainda sobre a água, um fato chamou a atenção de Fontainha. Segundo o geólogo a cidade, que depende da água como fonte de renda no turismo, precisa ter mais cuidado com as áreas de recarga. “São muitas áreas de pastagem e até plantações de eucaliptos em locais inapropriados que acabam prejudicando a natureza e a produção de água na cidade. É preciso reverter este processo e reflorestar estas áreas e os ribeirões“, alertou o pesquisador.
Para o prefeito, este estudo será valioso para Águas de Lindoia e para o Circuito das Águas. Ele acredita que, ao conhecer melhor a formação geológica do município será possível compreender melhor a formação das águas para estruturar ações de preservação, entender como o problema da redução da produção de água pode ser minimizado no curto prazo, além de gerar ainda mais bases para o turismo, despertando no visitante ainda mais admiração pela cidade e suas belezas naturais.
“Conhecer nossa geologia é fundamental para compreendermos como a formação aconteceu e o que devemos observar para garantir a recuperação, preservação e uso sustentável dos nossos recursos naturais”, concluiu o prefeito Gil Helou.
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